terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Monte Saint Michel

O Arcanjo Miguel e seu Monte Sagrado... 


Miguel é o arcanjo mais conhecido e procurado da legião angélica. A origem da adoração a este arcanjo nos vem do Judaísmo. È dito que foi ele o ser que ajudou Jeová no desenvolvimento da raça Semita original.
  Aparece também na” Arvore da Vida”, no estudo daquele Judeu esotérico que atuava fora do Sinédrio oficial de Jerusalém.
  Tendo a arvore cabalística dois lados de energias a serem trabalhados , o da severidade e o da misericórdia, ele vai aparecer no lado da severidade. Ali, comanda as grandes forças inibidoras e equilibrantes dos impulsos emocionais. Tais impulsos, por vezes, de uma indulgência que toca as raias da licenciosidade e quase sempre em desequilíbrio no comum dos homens, necessitam disciplina para os limitar. Arcanjo Miguel atua na consciência mental, racionalizando emoções descontroladas.
   È o guerreiro celestial que luta para manter nosso corpo emocional em equilíbrio, para que este reflita sobre as conseqüências de ações impulsivas.
  O esoterismo o vê como o principal auxiliar dos desencarnados que vivem no plano astral, para equilibrá-los num momento em que têm o emocional fragilizado pela nova situação que enfrentam. È ele quem os liberta para serem encaminhados à chamada 2° morte onde a consciência dos desencarnados atuará unicamente no plano mental. Por esta razão, é entre” almas do além” que o encontramos em quadros antigos.
  Foi genialmente retratado, entre outras figuras da obra de Miguel Ângelo “O Juízo Final”, na capela Sistina , em Roma, uma vez que ele, segundo pensamentos judaicos e cristãos, é o grande ser do Juízo.
  Se entendermos o Juízo Final como um ajuizamento, uma avaliação que faremos das ações de nossas vidas, ao término de um grande ciclo evolutivo, compreenderemos porque naquele momento ele será o ser realmente mais apropriado a nos auxiliar. Não estaremos nos então na difícil tarefa mental de avaliarmos tudo o que de errado fizemos? De necessitarmos equilíbrio emocional para aceitar, perdoar e tentar modificar nossas ações para seguirmos um novo período evolutivo adiante?

O Monte Saint Michel, refletido na água...


  Os mitólogos o comparam ao Mercúrio grego, mensageiro dos deuses, que tinha asas nos pés, pela velocidade com que agia. Também este arcanjo atua com rapidez, sendo ele de vibração mais próxima ao alcance do homem e de mais fácil prontidão a atendê-lo.
  Conta com três grandes representações que ora aparecem juntas, ora separadas. È o “Príncipe da Legião Celeste”, é o “Pesador de Almas”, é o “Guerreiro Matador do Dragão”.
  Símbolos ilustram em estátuas ou pinturas estas suas três qualificações. Como Príncipe,aparecerá com uma coroa de pedras, como Pesador, trará uma balança às mãos, como Guerreiro, empunhará uma espada com que matará o dragão, representativo de nossos instintos inferiores,
  Aqui lembramos que em sua faceta de” Pesador de Almas” tem sido freqüentemente identificado a thot, o grande juiz pós- morte do” Tribunal de Osires” que pesava o coração das almas em balanças,o que remete o arcanjo novamente à característica de um medianeiro num “Juízo Final” que traz como símbolo a balança.
  Na atualidade, escolas de ocultismo vêm citando o seu poderoso auxílio no trabalho de Moria, um dos mestres da Grande Fraternidade Branca.
Um dos maiores cultos ao Arcanjo Miguel vem sendo feito desde a Idade Média até hoje na Normandia, região francesa que conta com o magnífico Mont-Saint-Michel
  È interessante notar-se que o Cristianismo, ao espalhar-se pela Europa, apesar de ter destruído e sucedido o Paganismo, aproveitou, na implantação de seus santuários, locais de ritos pagãos e até conservou neles as mesmas energias e simbolismos que era ali evocados. Como exemplo, vemos que em muitos lugares onde os pagãos cultuavam a “Mãe Terra”, o Cristianismo edificou capelas e igrejas à Nossa Senhora.
  Assim, no citado Mont-Saint-Michel, local onde se adorava o deus guerreiro Lug, que era para os antigos Celtas o senhor do poder e que tinha como símbolo a espada, o Cristianismo passou a cultuar o Arcanjo Miguel, representante da mesma força, e que hoje tem sua gigantesca estátua sobre a torre da abadia de Saint Michel, brandindo igualmente uma espada de guerreiro.
  O monte, localizado no Canal da Mancha, nos proporciona um fenômeno impar: marés que mudam de baixas para altas, diariamente ao entardecer, e que transformam completamente o seu panorama. Sua fortaleza cercada de areia, em poucos minutos, vê-se rodeada por águas, deixando uma única passagem para lhe dar acesso. Este fenômeno belo e inesquecível, contêm todo o simbolismo para o místico que o presencia. Representa-lhe a oscilação freqüente de suas emoções, que o Arcanjo, imponente , lá de cima da torre- agulha, com sua especificação de equilibrador parece querer dominar.


Estátua do arcanjo Miguel, no topo do monte que leva seu nome .

  O Monte sempre foi, desde a Antiguidade um local sagrado. Já o era para os pagãos Celtas da antiga Gália. Seu primitivo nome era Mont Tombe(monte da tumba )pois era crença que para ali se encaminhavam as almas dos mortos que necessitavam o auxílio do deus Lug. Assim, ao substituir Lug pela arcanjo Miguel,o Cristianismo, não casualmente, pois é dito por nós esotéricos que nada é casual, colocou ali um ser dos desencarnados, conservando a mesma crença no trabalho espiritual que segundo os pagãos lá se desenrolava.
  Quando os pagãos foram afastados, o monte , que na Antiguidade contava apenas com a beleza de sua paisagem e matagais, o isolamento e uma quietude onde o único ruído ouvido era o do mar,serviu durante muito tempo de refúgio à ascetas cristãos que ali iam fazer meditações e retiros .Desta época, surgiu uma das mais caras lendas dos antigos normandos:
  Conta-se haver ali um asno que fazia o papel de carregador de mantimentos, trazendo de uma vila próxima a alimentação que abastecia os ascetas retirados do monte. Também entre os matagais vivia um lobo feroz, que assustava com seus uivos ameaçadores aqueles eremitas. Um dia, o lobo comeu o asno. Então como o asno convivera sempre com aqueles homens santos, assimilara deles e dos seus locais, vibrações sagradas. Ao comê-lo, o lobo de feroz passou a ser pacífico, dócil e fiel aos eremitas. Um milagre, diziam os gauleses, que só num monte tão abençoado como aquele ,aconteceria. Também no SEC. VIII, na edificação, ali, do primeiro oratório cristão, surge outra de suas lendas:
   No local escolhido para colocarem os seus alicerces, havia,  uma enorme pedra que ninguém conseguia mover. O bispo de Avranches, vila próxima, sonha então com o arcanjo lhe dizendo que havia um de seus habitantes capaz de retirar a pedra com o seu auxílio. Todos os homens mais robustos o tentaram então sem sucesso, quando uma criança ainda bebê, tocou com seus minúsculos dedinhos a pedra e esta rolou mar a dentro. Lenda que quer especificar a força poderosa do Arcanjo Miguel que passaria a atuar ali.
 Uma Abadia foi depois construída sobre o antigo oratório e hoje arquitetos se extasiam com seu atual esplendor. Ela sobressai-se no alto de uma graciosa cidadela medieval, obrigando os religiosos que a visitam a fazer uma longa e íngreme subida. Para estes , a subida é sempre o símbolo da busca de uma Luz Maior, do Eterno , o que empresta ao local um clima de grande misticismo.
  As maiores peregrinações para ir á “Maravilha do Ocidente” homenagear o grande arcanjo, acontecem no dia 29 de Setembro , o seu dia. Nenhum normando religioso , até hoje se esquece que na  tomada da Normandia pelos Vikings do SEC. IX ,o Mont Saint Michel foi o único local surpreendentemente respeitado por aqueles,e onde grande parte das populações vizinhas então se refugiou.
  O Arcanjo Miguel aparece também com importância na história da França , por ter sido o ser que falou à Joana D’Arc, no SEC.XIV inspirando-a a terminar com a Guerra dos Cem Anos, o que mereceu aparecer sua efígie na frente de seus estandartes.
Surgida na arcaica Judéia, a adoração a este arcanjo, porém, expandiu-se não só na Europa. Também em qualquer reduto espiritual das Américas, religiosos o cultuam com o mesmo fervor das populações antigas.

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